quinta-feira, 19 de março de 2009

Ai os nossos empresários...



Hoje aconteceram-me duas situações que retratam bem o desinteresse e o amadorismo com que alguns empresários da região se comportam na sua arte.

A primeira teve a ver com uma encomenda de gasóleo para aquecimento. Depois de mais de 10 telefonemas para o telemovel da empresa que habitualmente me abastece e de 5 ou 6 para o seu telefone fixo, isto durante um periodo de mais de 6 horas, lá consegui ser atendido por uma funcionária.

Perguntou-me o que queria, lá lhe disse e, a seguir, questionei-a educadamente se podia apresentar uma pequena reclamação construtiva e destinada a melhorar o serviço futuro da empresa. A resposta foi ' não sei se pode'. É claro que perante esta deselegância afirmei que só não podia se me desligasse o telefone, mas se o fizesse me queixava dela e da empresa, o que era pior. Lá teve que me ouvir a explicar que uma organização que vive essencialmente de encomendas feitas por telefone não podia permitir-se não atender esse telefone durante tantas horas seguidas, isto porque alguém menos paciente que eu faria logo a encomenda noutra empresa da concorrência.

A resposta da Senhora foi inimaginavel... Num tom desprezivel referiu 'acha que as pessoas são obrigadas a atender o telefone'....!!!! Fiquei estarrecido, acabei ali a conversa e fiz tudo para que o dono da empresa soubesse do sucedido. Soube pouco tempo depois. O que aconteceu a seguir já não sei, mas sei que o episódio envergonha quem sabe e quem precisa de lutar pela vida.

A segunda teve a ver com uma consulta, também telefónica, do preço de uns pneus para o meu carro. Fui atendido pelo dono da 'oficina', dei-lhe a referencia e pedi-lhe para me dizer quanto me custava cada pneu. De imediato, começou a dizer que 'esses Pirelli ficam-lhe...' Depois de alguns momentos em que só ouvia passos, seguiram-se longos segundos em que deixei de ouvir fosse o que fosse, apenas silêncio. O Senhor nada mais disse sobre o assunto. Num monólogo mais que caricato, gritei para o telemovel varias vezes o nome do Senhor, mas nada. Pouco tempo depois, reparei que já falava com outra pessoa sobre o local onde iam almoçar. Como continuava a não ter ninguém 'do outro lado da linha', desliguei e esperei que o cidadão, que me conhece bem, tem o meu contacto pessoal e já me vende pneus há algum tempo, me telefonasse para me fornecer o preço que lhe tinha pedido. Isto aconteceu às 11 horas da manhã e até ao fim do dia não me concedeu a gentileza desse telefonema...

Assim andam alguns dos nossos empresários. Depois queixem-se que vamos comprar fora...