Foi hoje publicado o resultado de uma sondagem em Inglaterra que diz que o primeiro-ministro Gordon Brown cai nas intenções de voto à medida que a economia britânica entra em recessão.
Por cá a recessão é também já uma evidência (porventura há muito tempo), mas o primeiro ministro português parece continuar imune, mantendo - mais coisa menos coisa- os seus niveis de popularidade e de contentamento por parte do Zé Povinho.
Noutros países, mais exigentes e desenvolvidos, a responsabilidade da crise é interna. Em Portugal, essa responsabilidade vem de fora, é dos outros e não do Governo da Republica. Que estranho...
Não sei quem está a pensar melhor, mas causa perplexidade esta 'letargia' (não sei como lhe chame) do povo português. Pode argumentar-se que a oposição não entusiasma, que Manuela Ferreira Leite não convence e que nenhuma outra alternativa séria de governação se encontra no panorama politico-partidário do país. Mas se assim fôr, o mínimo que as sondagens podiam e deviam refletir era uma dimninuição da intenção de voto em José Sócrates e um aumento da abstenção ou dos votos brancos.
Não é isso que acontece. Em Portugal, já pouco parece importar se Sócrates recebeu ou não luvas no caso 'Freeport', se assinou ou não projectos de outros em cuja elaboração não participou ou se é ou não respeitador da lei, da ética ou da moral, se está ou não a destruir a classe média portuguesa com os impostos insuportáveis que lhes cobra, se quer ou não combater os 'Offshores', se tem ou não evitado a galopante subida do desemprego e das falências (hoje foi a Philips Portugal quem anunciou o seu fim), se vai ou não hipotecar e destruir o país com a construção do TGV e se tem ou não tomado medidas que evitem a perigosissima desertificação do interior. O Senhor tem sido superior a tudo isto, pelo que se não for engenheiro (há quem diga que não é) é, pelo menos, engenhoso.
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Pelos vistos, é disto que o Povo gosta. Circo, entretenimento, fantasia, engôdo e embuste. Somos mesmo diferentes...