quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A saga das rotundas

Raro é o português que sabe circular em rotundas. Irritante. É uma daquelas pequenas coisas que se mete comigo. Não há dia em que não insulte só para mim um daqueles meus concidadãos que têm o volante nas mãos e não sabe o que fazer bem com ele quando tem de andar à 'roda'. Os sabadeiros e domingueiros, são os piores. Geralmente vêm ou vão para o LIDL, muitos vezes de fatos de treino reluzentes e tripla risca vertical brilhante. Os que usam carros para abate, sem menosprezo pelos seus exiguos dotes, também não são bom exemplo.

O que é que dará a esta gente para andar sempre pela hemifaixa exterior da rotunda, mesmo que só queiram apanhar a terceira ou quarta saída? Para eles qual é, afinal, a utilidade da faixa interior, a mais encostada ao círculo central, a não ser para andar indefinidamente às voltinhas até ficar zonzo? A explicação só pode ser uma. O inultrapassável medo de terem sempre um carro à direita que os obrigue a andar de carroçel sem nunca poderem sair para o exterior.

E os pobres coitados que estudaram as regras e até sabem o que estão a fazer, pondo o carro no sitio certo? Há dias em que têm sempre o empata do lado direito e não evitam mais um enjoo à volta da rotunda até arranjarem uma heroica escapadela que os leve ao seu destino. Não se pense que esta problemática é questão comezinha ou birrice sem importância. É, antes de mais, um caso de policia, uma recorrente e sempreimpune violação das regras estradais e, já agora, um aparente defice cognitivo de quem anda verdadeiramente com a cabeça à roda. O que diz o Código é que deve circular-se sempre 'por dentro' e que só deve passar a transitar-se pela hemifaixa mais à direita (por fora) imediatamente antes da saída que se pretende tomar. Dada a proliferação destas bolas no asfalto, com verde e oliveiras à mistura, não ficam nada mal umas dicas comportamentais para que não nos continuemos a irritar uns com os outros com o dedo em riste.
Só assim poderemos ter um Bom Ano.