segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Crise em Gouveia? Olhem que não...



O Senhor mais à esquerda, que é Secretário de Estado do Comércio do Eng. Sócrates, saiu da nossa Feira do Queijo, calcorreou a Rua da Cardia (Cardeal Mendes Belo) e depois andou alguns metros no Centro da Cidade, nas imediações da Igreja de S. Pedro.
Não sei se durante o certame disse ou não muitas coisas acertadas, mas diz quem ouviu que o seu comentário espantado e mais que justificado ao olhar para a esmagadora maioria das lojas, foi "então nesta terra está o comércio todo fechado com tanta gente nas ruas"?
Era Domingo, é verdade. Mas o feliz desabafo foi mais que pernitente. O que andam a fazer os comerciantes da terra? Será que a tão propalada crise só é sentida pelos outros ou é apenas propriedade do Primeiro Minstro, como afirmou -e bem- o Prof. Marcelo na seu missal dominical?
Mais uma vez, honra seja feita à loja dos chineses (sem ofensa), à loja de venda de produtos artesanais do mercado (mal feito fora), às papelarias, que já nos habituaram a abrir portas Domingo de manhã, a uma loja 'tipo trezentos' junto `Caixa de Crédito e ... penso que nada mais.
Quem esteve aberto trabalhou, presumindo-se que tenha ganho dinheiro.
Quem não esteve descansou e não ganhou, mas também não gastou.
Não sei se é comodismo, se é um problema cultural de fundo ou se, pura e simplesmente, os comerciantes que ficaram em casa ou optaram por andar a provar queijo já têm euros de sobra para viver, ao contrário do que, por exemplo, acontece em Seia, onde na Av. 1 de Maio, a principal, tudo quer aumentar o seu espólio... Que diferença!
Já se sabe que o argumento dos nossos homens é que se abrissem a porta correriam o risco de poucos ou nenhuns clientes lá entrarem, mas é confrangedor que não tenham a certeza que com elas fechadas nem um cêntimo lhes entra nos cofres.
Pior que isso é que não criam nos consumidores (nativos ou visitantes) o hábito de aparecerem e comprarem quando normalmente podem, ao fim de semana.
Assim é remar contra a maré. Mas como faz quem pode e obedece quem deve, prá frente Portugal.