sábado, 14 de fevereiro de 2009

Despedidas...

Sossegue quem gosta de mim e desiluda-se quem não gosta.
Não me vou despedir do blogue. Amanhã ou depois, cá estarei com uma outra qualquer reflexão.
A de hoje prende-se com as festas (ou simplesmente jantares) de despedida de alguém.
Acontece frequentemente um colega de trabalho ser lembrado e homenageado na hora de se ir embora. Ou para outro local, ou para outro emprego, ou para a reforma.
A tentação (quase obrigação) de quem fica, é logo organizar uma 'comezaina' onde são sempre ditas umas palavras emocionadas, algumas vezes merecidas e sentidas, outras a aparentar ladainhas de circunstância.
O que não se percebe é a razão pela qual se festeja a anunciada fuga ou ausência de quem se gosta.
Pois, porque o natural é que os aderentes à homenagem apreciem o homenageado e não aproveitem o repasto só para apanhar uma piela ou só para estar fora de casa por umas horas.
Se a ideia é recordar e evocar as qualidades humanas, pessoais e profissionais do 'despedido', então a sua saída devia ser assinalada com um choro e com um pesar colectivo.
Mas não. Batem-se palmas, bebem-se uns copos, dão-se umas gargalhadas, desejam-se êxitos e, no dia seguinte, tudo se passa como se o homem ou a mulher tivesse sido indiferente ou nunca tivesse existido.
A festa parece, pois, inconciliavel com o acto que se pretende festejar.
O melhor é começarmos a comemorar sempre os ingressos ou as chegadas, mesmo que não conheçamos quem se nos apresenta de novo.
Se na hora do adeus não tivermos gostado do género, aí sim, vamos ao jantar e festejamos novamente.
Se quem nos deixa tiver deixado boas impressões e saudades, então ficamos em casa e carpimos as mágoas.
Estarei a pensar mal?